Reese Witherspoon é That Girl e ela arrasa porque se recusa a ser apenas um rosto bonito e sem conteúdo em Hollywood.
“These days, I am a mom, wife, actor and producer, so no one day is like the other, in the most beautiful, surreal and surprising way. So it’s important to me to celebrate all of it”
– Reese Witherspoon
Eu poderia vir aqui e enfeitar a forma como conheci Reese Witherspoon; dizer que a conheci em um de seus antigos filmes ou em alguma entrevista que me inspirou de alguma forma. Mas a verdade é que a conheci de um jeito bem comum: assistindo Legalmente Loira. Eu tinha por volta de 15 anos e uma amiga disse para eu assistir esse filme, porque a personagem tinha uma incrível paixão por rosa (exatamente como eu) e era bem divertida. Simples assim.
Não vou mentir e dizer que minha paixão total começou ali, porque não foi. Meu amor por Reese começou a se desenvolver depois da minha mudança. Entendam, eu tinha 15 anos, havia acabado de mudar de estado (do RJ para o MS) e aquela triste depressão estava caindo sobre mim. Me sentia 100% sozinha (e eu estava, de fato. Era a primeira vez que ficava longe da minha família e dos meus amigos, não sabia como me virar) e não tinha nada para fazer.
Uma das coisas que ajudou a manter a minha sanidade, por assim dizer, foi gastar horas com os filmes da locadora. E foi aí que minha obsessão começou.
Depois de Legalmente Loira, eis que decidi ir atrás de outros filmes da atriz. E assim acabei assistindo Doce Lar, Psicopata Americano, Little Nicky e Entrega a Domicílio. E foi quando me apaixonei completamente pela Reese.
Depois de conhecer a atriz, fui atrás de entrevistas. Precisava saber como ela era como pessoa, e, confirmando todas minhas teorias, Reese não era apenas alguém que queria fazer seus filmes e pronto. Ela estava ali para fazer a diferença e, na minha vida, fez muita.
Usar Reese como ponto de referência na minha adolescência me ajudou a evoluir. Algumas pessoas podem rir do que vou dizer, mas entre entrevistas e filmes, eu sempre buscava algo nela que me fazia seguir em frente. Às vezes, em algumas situações meio complicadas, costumava me perguntar: O que a Melanie faria? (personagem de Doce Lar). E a mesma pergunta se seguia com os nomes das minhas personagens favoritas – especialmente quando eu tinha alguns problemas na faculdade. Elle Woods era (ainda é) minha inspiração! HAHAH
Uma das coisas que também sempre serviu como motivo para cultivar meu amor, é a forma como Reese escolhe seus papeis. Até mesmo em seus filmes de comédia, as personagens são sempre fortes e decididas. É o ponto de ligação principal entre seus filmes e, uau, que ponto de ligação.
Reese tem uma preocupação sobre a imagem que passa para as pessoas. Tem consciência de que é uma figura pública e, sendo assim, todos os olhos estão voltados para ela a todo instante. Alguns não ligam e não se importam se vão ser apenas mais um rostinho mal educado em Hollywood (e, como nós sabemos, há vários!). Mas, a minha adorável Witherspoon, nunca quis sua imagem ligada apenas com coisas fúteis, sem valor. A prova mais recente disso, foi abraçando a campanha #AskHerMore junto a outras atrizes indicadas ao Oscar.
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Qual foi o maior risco que você sentiu que valeu a pena? Qual conquista você tem mais orgulho? Que potencial cineastas e personagens têm para mudar o mundo? Se você pudesse encarnar qualquer personagem em qualquer filme, qual seria? Qual é sua série favorita? #AskHerMore
Em um resumo básico, para aqueles que não sabem do que se trata, a campanha #AskHerMore consistiu em inspirar jornalistas a fazerem perguntas mais relevantes às atrizes no tapete vermelho.
Não apenas sobre seu vestido, maquiagem e como se preparou para estar ali. Não. As atrizes queriam responder algo relevante, algo que realmente importasse e essa campanha serviu como um tapa na cara dos jornalistas, que têm a mania de se preocupar com perguntas relacionadas apenas ao que as atrizes apresentam no tapete vermelho.
A vida não é composta apenas de vestidos cheios de glamour e de joias caras. Ver Reese abraçando a campanha me encheu de orgulho. Ela é rainha em abraçar causas sociais importantes e é superengajada em tudo o que faz.
Aliás, o BuzzFeed Brasil fez uma matéria bem legal, elegendo algumas das melhores respostas dadas pelas atrizes no Tapete Vermelho.
“Infelizmente, como as estatísticas mostram, não é difícil conhecer alguma mulher que já foi agredida. Como a mídia está interessada em mim, é uma ótima maneira de divulgar essa extraordinária campanha. Acredito que um dia as pessoas poderão viver em mundo melhor”
– Reese Witherspoon
Em 2008, Reese fez sua primeira passagem pelo Brasil como Embaixadora da Avon Foundation, para divulgar a campanha contra violência doméstica. Na época, ela comentou sobre a importância de manter os olhos e ouvidos abertos contra toda e qualquer tipo de violência. Ela também ressaltou que, como sociedade, temos o dever de comunicar as autoridades se conhecemos alguém que sofre esse tipo de violência.
A violência doméstica é um problema coletivo, que deve ser combatido por nós a todo instante.
Ela também é engajada em organizações voltadas para crianças. Reese apoia já faz um tempão a Save The Children, que ajuda os pequenos com educação, saúde e cuidados emergenciais.
Além de ser uma atriz completa (ela atua, canta e dança, minha gente!), Reese também é produtora.
Para quem não sabe, ela comanda a empresa Pacific Standard e, pasmem, o filme que rendeu a ela a recente indicação ao Oscar, Wild (no Brasil, Livre), foi produzido por ela.
Como já devo ter repetido umas 500 vezes nesse texto, Reese é uma pessoa incrível, que tem servido como ponto de referência para minha vida desde a adolescência. De certa forma, suas atitudes e respostas em entrevistas sempre serviram como um guia para alguns momentos complicados na minha vida e, ela nem sabe, mas sempre serei grata a ela por tudo o que me ensinou.
Reese Witherspoon não é só That Girl por ser vencedora de um Oscar (em 2006, por Johnny & June). E muito menos por ser um ponto de referência quando o assunto é moda (se você acompanha sites de moda, deve saber que os looks da atriz estão sempre entre os melhores). Ela é That Girl porque ama aquilo que faz, se aceita como é e não deixa as pessoas ditarem a como se comportar e o que fazer.
Tenho muito orgulho por dizer que a Reese fez e faz parte da minha história e mais orgulho em dizer que ela é o tipo de mulher que almejo ser: engajada, forte e decidida.
Comecei esse texto com um quote dela que diz: Eu sou mãe, esposa, atriz e produtora… É importante, para mim, celebrar isso. Sim, ela é tudo isso e, o mais importante, é que ela reconhece que precisa ser grata.
Reese Witherspoon tem me ensinado diversas coisas há mais de 10 anos e eu sou grata, não só apenas pela vida que tenho e pelas coisas que conquistei, mas também grata a ela, por ser uma pessoa tão inspiradora e que me enche de orgulho.
Obs.: Caso fique a dúvida, meu filme favorito dela é Sweet Home Alabama (no Brasil, Doce Lar).
Não há nada de excepcional, se querem saber. É uma comédia romântica meio clichê, mas a personagem, Melanie Carmichael, para mim faz toda a diferença. Em um resumo básico e sem dar muitos detalhes do filme, Mel é o tipo de pessoa que tem vergonha de suas raízes e luta para esconder quem realmente é… E, no fim, depois de tudo o que ela passa, a personagem dá um salto tremendo sobre o “negar a origem” e “se aceitar como é”.
Esse filme sempre me inspirou por isso. Pode não ser uma produção grandiosa e nem estar na lista dos melhores filmes que a atriz participou, mas eu amo mesmo assim.
Reese Witherspoon é That Girl por simplesmente fazer a diferença. E eu a amo simplesmente por existir.